22/06/13

Capítulo 10: Perfect Hugs

POV ARIANE
Eva já foi embora aqui de casa, me sinto sozinha de novo. Ser filha única tem todas aquelas vantagens de atenção só para você mas você vive em uma solidão inexplicável. Já é noite e eu quero companhia, bolada. Realmente quero fazer algo, vou chamar o pessoal pra vir aqui em casa, só acho hahahaha.
-Alô?
-Oiii Mel, chama o pessoal pra vir aqui em casa pra gente comer hambúrguer rs.
-E eu sou convidada não? -riu-
-Ué, claro que sim, porque perguntas?
-Você disse o pessoal, não Melina linda e pessoal. -riu mais ainda-
-Beleza, então você, Eva, Harry, Louis, Niall, estão todos convidados a virem agora na minha querida casa comer AOSDAIDHASODIASH
-Beleza, vou falar com o pessoal, mas você liga pro Louis hehehehe.
-Pra quê menina? Liga pr...-desligou-
Vou dar um socão na Melina, só acho. Pelo visto, terei que ligar pro Louis, porque ela não vai ligar nem se eu precisar matar ela, o que eu farei quando ela chegar aqui em casa.
-Alô? 
-Am, oi Louis, pode vir aqui em casa com o pessoal pra comer hambúrguer?
-Claro, que horas?
-Agora. -ri-
-Beleza então, daqui a pouquinho eu tô aí! Beijos. 
-Beijos.
Esperei uns 15 minutos e a campainha tocou. Abri a porta e vi Louis, sorrindo.
-Chegou rápido. -sorri-
-Ué, você disse que era agora, então atendi ao seu pedido rs. -me abraçou-
-Pode ficar à vontade.
-Nossa, quanta formalidade -riu-
-Desculpa HAOSDIHASDOASIDH
Campainha tocou. Salva por ela kkkkkkk. Fui correndo abrir a porta e vi todos lá. Deixei todos se acomodarem para chegar perto de Melina. Cheguei perto do ouvido dela e sussurrei.
-Eu vou dar um socão em você, você sofrerá as consequências heuheueheuehue
-Nossa, to morrendo de medo Ariane -fez uma cara de assustada-
Começamos a rir e o resto ficou tudo boiando.
-O que foi isso? - Niall perguntou, curioso-
-Nada não Niall, depois te conto haha -eu disse-
-Então gente, vamos pedir o hambúrguer? -disse Harry-
-Agora!
POV EVELYN
Por mais que eu tente concentrar nos estudos, eu não consigo, fica martelando na minha cabeça como será que vai ser o meu encontro com o Harry hoje. Se é que é um encontro, esperem, é um encontro? Pois é, tudo tão confuso, e se realmente for, vai ser meu primeiro. Continuei tentando resolver as expressões de Matemática até que meu telefone tocou, era Ariane pedindo-me para ir na casa dela, ela pediria hambúrgueres e a trupe toda ia estar lá, não deixei de recusar. Eu me arrumei, coisa básica, short, camiseta. Desci e encontrei Grace lavando a louça.
-Ah, oi Grace. -sorri simpática-
-Oi querida! Onde vai? -ela me perguntou, voltando sua atenção para mim-
-Ariane chamou o povo pra ir na casa dela comer hambúrgueres, ai eu vou pra lá.
-Mas hoje não é seu encontro com o garoto dos cabelos encaracolados...Como é o nome dele mesmo? Jerry? -eu chorei de tanto rir-
-Não, é Harry! -ela riu-
-Fala pra ele pentear o cabelo dele ok? -nós rimos- Vai com cuidado. Hoje terei de ficar na papelaria até tarde fazendo contas e essas coisas que eu não quero te entediar contando.
-Ok! Vou indo, até!
Fechei a porta atrás de mim e comecei a minha caminhada, no caminho encontrei Mel e Harry, eles acenaram para mim e vi Mel dando uma cotovelada na barriga de Harry, depois começou a rir. Eu entendi muito bem o que isso quis dizer.
-Ei gente! -eu cumprimentei, ao chegar mais perto-
-Oi Eva!! -Mel me abraçou- Como está sendo lá na casa da Grace?
-Ela é um amor -pausa- e ela cozinha muito bem também. -rimos-
Continuamos o nosso caminho conversando sobre comida, praça, casa, tudo que vocês imaginarem. Ao chegar na casa de Ariane vimos Niall na porta, Mel cumprimentou-o normalmente, pelo visto estão de bem. Na casa de Ari ela me de um abraço bem forte.
-Você faz falta, miojo! -ela disse, me apertando mais, eu ri-
-Você também, cosplay! -nós rimos e ninguém entendeu nada, piadas internas uhuehueheha-
O povo começou a conversar sobre várias coisas, dias que poderíamos sair, festas (bleh), estudos, até que Harry me puxou para um pouco longe deles.
-Ainda ta de pé hoje no Fliperama? -eu perguntei significativamente-
-Como assim? -ele me perguntou, em seguida-
-Ué, eu pensei que você iria desistir, depois de vim aqui hoje. -eu admiti-
-Claro que não. -ele me lançou um sorriso, deixando visível as covinhas- Eu ainda quero te distrair, e ficar sozinho com você. 
Eu devo ter ficado vermelha que nem a maçã da Branca De Neve, olhei para o chão, envergonhada e escutei uma risada rouca vinda de Harry, olhei para ele e lhe dei um tapa.
-Ei! -ele esfregou a mão no local onde eu bati-
-Não ria de mim! -eu falei rindo-
Num momento todos haviam parado de falar e ficaram nos observando, até que Harry decidiu contrariar, me lançou um olhar engraçado e falou:
-Então gente, vamos pedir o hambúrguer?
Todos concordaram animados, em meio aquilo tudo, apenas sei que meu encontro com ele ainda está de pé.
Mais tarde naquele dia
Já estava correndo no banho quente, se eu não me arrumar rápido, irei me atrasar. Saí tropeçando do banheiro e vi que meu celular piscava, uma mensagem de Harry estava exposta.
Já estou saindo de casa, daqui a pouco devo chegar na praça, te vejo lá :) xx
Droga, droga, droga. Peguei uma roupa confortável, afinal é um fliperama não um pub:


Sem título #19


Corri para o banheiro e arrumei meu cabelo, não vi necessidade de tanta maquiagem, apenas um batom e rímel já basta. Peguei minha bolsa que estava encima da cama e desci correndo, ao abrir a porta dei de cara com o detetive.
-Oi Dave! -eu disse com pressa-
-Ah olá Evelyn -ele sorriu-, onde vai?
-Sair com meu amigo. -ele me lançou um olhar estranho- Veio pra descansar ou...
-Bem, vim pra ver minha mãe, ela me pediu ajuda. -ele fez uma careta que eu tive de rir, as vezes eu acho que esquecemos que Dave tem apenas 20 anos e que apesar de ser sério, tem seu lado crianção- Ela está na loja certo? -afirmei- Te vejo mais tarde. -ele saiu e eu também, trancando a porta atrás de mim-
Disparei para a praça, eu praticamente corri, parei ao ver cabelos cacheados de costas para mim, sabia que era ele. Estava usando uma blusa do Rolling Stones com a manga até os cotovelos e ainda usava uma blusa xadrez vermelha por cima, uma calça Levi's preta e um all star branco, não vou mentir, eu devia estar babando agora, devia.
-E ai Styles. -o cumprimentei- Pronto pra perder seu dinheiro hoje? -brinquei e ele me mandou um sorriso-
-Acho que a senhorita que vai ficar sem dinheiro algum hoje. -ele disse convencido-
-Outch. -nós rimos- Qual fliperama nós vamos?
-No John's Arcade. -ele disse, como se fosse normal-
-John's Arcade, não é aquele que fica na rua mais escura de NY? -eu perguntei, estremecendo, enquanto andávamos até o local-
-Aham, vou lá direto, tenho uns descontos lá. -ele me fitou e eu não pude deixar de transparecer meu nervosismo, eu não gosto de lugares assim, até porque da última vez que fui no John's, foi para chamar meu pai, que me humilhou na frente de todos- Anjo, não precisa ficar nervosa, hoje lá é tranquilo.
-Ok. -eu disse, ainda nervosa, respirando fundo, quando a frase me tocou na cabeça novamente- Você acabou de me chamar de Anjo? -eu perguntei, meio incrédula, nunca me deram esse tipo de apelido, ele apenas afirmou sorrindo maroto-
Depois de vários assuntos sobre como a rua era perigosa e como eu ODEIO escuro, chegamos a um ponto de que ele me abraçaria até chegar ao John's ou até mesmo me abraçaria o encontro todo, quando digo "chegamos" lê-se: ele chegou. Ficamos na fila, esperando nossa vez para poder entrar, o local mudou muito desde a última vez que vim para cá, está melhor, a placa de luz com o nome é colorida e brilhante, as paredes foram pintadas e o odor de urina e bêbados não é mais tão forte. Paramos em frente a um enorme homem, usando uma blusa regata cinza que mal cabia em seu corpo de tantos músculos, uma calça jeans larga rasgada e coturnos com os cadarços abertos, eu me distraí com as tatuagens que cobriam seus braços. Harry segurava minha mão e conversava com o tal homem, eu olhei para os dois, percebendo que estava sendo fitada. Eles pararam e o cara nos deixou entrar.
-Boa sorte na sinuca, queridinha. -ele disse, rindo com sua voz grave e esquisita, eu estremeci- 
-Eu hein, que cara estranho, parece que não foi com a minha cara. -eu comentei, olhando para trás, enquanto descíamos as escadas-
-Hm? O John? Ele não vai com a cara de ninguém. -disse Harry-
-Quer dizer que ele é o John de John's Arcade? -ele riu-
-Foi mera coincidência, ele chegou na cidade e comprou este lugar, na placa o nome registrado era esse, ele não quis mudar, achou legal. -depois de descer tantos degraus, chegamos ao bendito solo-
O lugar era incrível! A parede era cheia de partes de quadrinhos da DC Comics e da Marvel, o bar era super retrô com imagens de Marilyn Monroe, Lana Del Rey, Lady Gaga, Demi Lovato, entre outras divas. As mesas de sinucas espalhas no meio e algumas mesas roxas onde as pessoas poderiam sentar, curtir ou jogar um truco básico. As lâmpadas eram de diversas cores, deixando o local mais retrô ainda. Tocava uma música de Black Sabbath baixinho, porém ainda dava para escutar.
-Ai meu deus, eu quero morar aqui. -eu disse olhando em volta- E eu ia perguntar se aqui era seguro mas isso nem importa mais, já me sinto em casa. -Harry deu uma longa risada, até chegarmos a nossa mesa, eu estava tão entretida com o lugar que nem percebi que ele havia saído para pegar os tacos-
-Ok, a primeira regra é que não temos home runs. -ele disse, sorrindo para mim, me observando de cima para baixo-
-Sem home runs, entendi. -ele riu-
-Eva, você está segurando o taco, como se estivesse segurando um de beisebol. -ele explicou, apenas me fitando, achando graça-
-Assim é mais confortável. -eu disse rindo-
-Vem cá. -ele me puxou pela mão e ficando atrás de mim- Vou te ensinar como segurar um taco. -ele segurou meus braços e se inclinou, obrigando-me a inclinar diante da mesa também, consertou meus braços e colocou nas posições certas- Me diga qual bola você quer acertar, -ele sussurrou em meu ouvido- a bola 8 parece ser uma boa opção.
Eu procurei a bola mais impossível que tinha, eu queria desafiá-lo, por mais que eu estivesse tentada por suas ações.
-Que tal a 12? -eu perguntei sorrindo, ele riu baixo, entendendo o recado. A bola 12 estava num canto direito, afastada de todas as bolas, longe de qualquer buraco, parecia impossível encaçapá-la-
-Bola 12, então. -ele disse, ficou mirando um bom tempo, preparando a tacada, e enquanto fazia isso, acariciava minha mão esquerda (que se encontra no final do taco, na parte detrás), pelo canto do olho eu conseguia ver que ele mordiscava o seu lábio inferior e olhava concentrado para todos os pontos da mesa, ele finalmente bateu na bola branca. Em seguida, a bola branca bateu na bola 4 encaçapando-a, depois bateu na bola 8, que bateu na 9 e em seguida na 12, também, encaçapando-a. Eu fiquei boquiaberta, ele sorria convencido, eu olhei para ele, ainda pasma.
-Digamos que eu estou mais que impressionada. -eu disse fazendo uma careta, ele riu- Você deve ser muito bom em Geometria.
-Uma das minhas melhores notas.
-Ta explicado então. -ele arqueou uma de suas sobrancelhas, franzindo o cenho- Eu sou péssima em Geometria, deve ser por isso que sou péssima em sinuca. -nós rimos-
-Pensei que nunca tinha jogado. -ele me desafiou-
-Se eu falasse que já, você ia me esculachar no jogo e eu ia sair daqui sem dinheiro algum. -eu disse, abrindo minha bolsa, procurando alguma nota de dinheiro- 
-Não quero seu dinheiro, Anjo. -ele disse, apoiando as suas costas na mesa-
-Ué, o quê quer apostar então? -eu fechei a bolsa e coloquei na mesa novamente-
-Consequências. -eu fiquei ereta-
-Isso é injusto! -eu apontei para ele, que começou a rir mais- Você sempre vai ganhar!
-Não sei não, talvez você ganhe. 
-Talvez=Nunca. -eu disse, me sentando em cima da mesa, ao seu lado-
-Não vai saber se não tentar. -nós nos entreolhamos-
Depois de várias partidas, eu consegui ganhar a minoria, exato, a minoria, ou seja, o povo do John's Arcade passou a achar que eu sou a Maluca da Sinuca, já que eu paguei alguns micos que o Harry me desafiava. Saindo de lá, NY estava frio, muito frio e eu aqui praticamente pelada -sqn. Eu me abracei, no caminho para casa, Harry percebeu e me abraçou.
-Com muito frio, Anjo?
-S-Sim. -eu disse entredentes, ele tirou a blusa xadrez, que era bem grossa, e colocou em mim, eu saboreei do calor enquanto podia- Obrigada. -lhe mandei um sorriso que foi correspondido, resolvemos ficar na praça um pouco, apenas sentindo a brisa, mas comecei a me sentir culpada com ele sentindo frio e eu com a blusa dele- Harry acho melhor eu ir embora e de devolver a blusa, você vai congelar.
-Não to com frio Evelyn. -ele disse, tranquilo, olhando para o céu estrelado-
-Ta sim! -ele sorriu, mostrando as covinhas-
-Não estooou! -ele segurou minha mão gelada, a dele estava quente, tão macia- Viu? -ele me perguntou olhando nos meus olhos, eu apenas assenti, eu acabei perguntando uma coisa que eu estava guardando pro momento certo, não sei se era esse-
-Como você consegue? -perguntei-
-Como assim? -ele me questionou, entretido-
-Sei lá, como consegue tantos amigos na escola? É por essa coisa superficial de time de futebol e líderes de torcida? Não sei como você e o resto conseguiam, eles nunca me deram uma chance.
-Nunca? -ele perguntou, preocupado-
-Eu já tentei ser legal com eles. -ele me fitava, interessado, eu continuei olhando para as estrelas, me lembrando vividamente do passado- Sempre era simpática, emprestava várias coisas, ajudava com matérias e trabalhos, dividia o lanche, mas no fim, eles sempre me humilhavam. 
-De que forma? -ele me questionava, acariciando minha mão-
-Ah, falavam que eu era uma nerd estúpida, que eu não valia nada, que eu sou doida como minha mãe é...era. -meus olhos começaram a queimar, mas eu segurei o choro- Estragavam meus materiais, sujavam minhas roupas, escreviam coisas maldosas no meu armário... -antes  que eu pudesse prosseguir, Harry me interrompeu-
-O diretor ou a coordenadora da escola nunca fizeram nada? -perguntou incrédulo-
-Não. -eu olhei para nossas mãos enlaçadas, a dele agora se encontrava tensa- Eles não acreditavam em mim, me mandavam pro psicólogo da escola, pra fazer algum teste de esquizofrenia. -eu ri comigo mesma- Pra eles eu sou uma louca. Já me perguntei as vezes se são eles que são tão rudes, ou eu que realmente tenho algo tão insignificante.
-Não pense assim. -ele começou, olhando para nossas mãos- Você não tem e nunca teve algo de insignificante, eles que se acham superiores só porque são os queridinhos da escola. Pra falar a verdade, eu mal converso com eles, procuro sempre Niall e Louis. Todos são um bando de hipócritas, até porque um tempo atrás, antes mesmo de eu ser do time do futebol, eles me zoavam tanto a ponto de eu não querer ir pra escola. -Harry me contou, causando-me surpresa-
-Sério? -questionei e ele assentiu-
-Eu comecei a nutrir tanto ódio deles, que comecei a fazer boxe e resolvi tentar entrar pro time, quando entrei, eles fingiram que nada que eles fizeram e disseram um dia foi feito. Me trataram "bem". Com muito cinismo e falsidade, claro, mas eu nem ligava e nem ligo, tenho meus amigos e não preciso ouvir a opinião deles pra saber quem eu sou. -ele disse, olhando diretamente em meus olhos azuis, beijou cada dedo de minha mão de uma forma tão tranquila, sem pressa, passando os lábios macios por eles sem qualquer tipo de preocupação- Por isso eu me sinto responsável por você, não quero que você se sinta mal por causa deles, você é muito mais do que eles falam. -eu deixei escapar uma lágrima, nunca recebi tanto carinho em toda minha vida, ele limpou a lágrima, passando o polegar pela minha bochecha e manteve a mão onde estava, ele se aproximava cada vez mais, quando nossas testas se encontraram, meu celular tocou, ele não saiu de onde estava, muito menos eu. Peguei meu celular e atendi, meio tensa-
-A-Alô? 
-Evelyn! Graças a Deus você está bem! Onde está? Eu e Dave estamos te esperando tem muito tempo! Ele já está de saco cheio de ver os romances melentos comigo na sala -ela riu- Pensei que não ia demorar, querida.
-Sinto muito, nem percebi que está tarde. -eu disse olhando para o relógio de Harry, marcava 1:30 am- Já já eu apareço aí! Estou na pracinha.
-Ok meu bem, espero que tenha se divertido muito! Até!
Ela desligou, Harry entendeu que era a hora de se despedir, eu me voltei para ele, que agora depositou uma beijo em meu ombro descoberto pela sua blusa e me abraçou forte.
-Até. -ele disse antes de partir-
-Até... -eu disse ainda confusa com o que aconteceu-
Corri até a casa de Grace, tentei não fazer barulho ao abrir a porta, mesmo sabendo que ela estava na sala. Quando fechei, vi que Dave se levantou, provavelmente feliz, com a minha chegada. 
-Meio tarde né senhorita? -ele me perguntou, enquanto subia as escadas, eu devo ter corado- 
-Desculpe! -eu disse para os dois, levantando meus ombros lentamente-
-Sem problemas! Na sua idade eu também chegava tarde assim nas noites de discoteca! -Grace disse, ainda entretida com o filme- Estou fazendo uma sessão de romance, se importa de ver comigo?
-Claro que não! -eu abanei um tchau disfarçado para Dave, mostrando que ele já poderia subir, me sentei ao lado de Grace, que acariciava meus cabelos, eu adoro o fato dela sempre ser gentil comigo, se preocupar comigo e tentar de tudo para me fazer sentir em casa-
-De quem é essa blusa? -ela me perguntou, sorrindo marota, ela tem uma alma jovem doshoaosdhasuoh, sorri involuntariamente me lembrando dele-
-Do Harry. -eu disse, por fim, voltamos a assistir Cartas Para Julieta, claro que eu e ela choramos feito loucas, definitivamente, eu sentirei muita falta de Grace quando me mudar-
Enquanto isso...
POV MELINA

Fome, argt. Não creio que vou ter que sair de debaixo das cobertas pra pegar algo pra comer. Fui pra cozinha e não tinha nada pra comer, até tem, mas nada o que eu queira. Peguei meu celular,  onze da noite. Subi pro meu quarto, tirei o pijama quentinho e coloquei o primeiro vestido que vi e um casaquinho por cima, calcei qualquer sapatilha, taquei dentro de uma bolsa meu celular e dinheiro e sai andando em direção ao posto de gasolina que tinha a uns dois quarteirões da minha casa. Lá tem uma daquelas lojinhas de conveniência, funciona 24hrs. Acho que um vestido e um casaquinho não foi uma boa opção, estava congelando. Acelerei o passo e logo cheguei. Comprei um cappuccino pra viagem e algumas rosquinhas. Ia comer em casa, quentinha. Paguei e sai da loja, quando eu estava a uns 5 metros de distancia da lojinha, trombei com nada menos e nada mais do que ele, Scott. 
- Ruivinha! O que faz na rua a esta hora? - ele olhou pros lados- E sozinha?? - ele sorriu maliciosamente- 
- Dá licença, Scott, preciso ir pra casa. - eu respondi seca, saindo dos braços dele-
- Não não, que tal darmos uma voltinha? Prometo que será rápido. - ele segurou novamente em meu braço de forma rude-
- Saí Scott, me solta, eu quero ir pra casa.
 Ele não disse nada, apenas saiu me arrastando pelo braço, as ruas estavam vazias, o que me aumentava meu medo. Depois de me arrastar por uns três quarteirões  me trouxe a uma rua vazia, uma rua sem saída. A rua 32. 
- Scott, me deixa ir. - eu pedi novamente-
- Não. Tá na hora de você aprender com quem ta mexendo. -ele veio se aproximando de mim-
 Ai eu entendi. Ele quer se vingar pelo Niall ter batido nele no dia em que ele me levou pra casa do Pub, e por aquele outro dia que ele foi tirar satisfações com o Niall e apanhou de novo. Eu engoli seco. Ele falava algo e ria, mas eu não conseguia prestar atenção em nada, só pensava em tudo de ruim que ele poderia fazer comigo ali. Enquanto ele falava tirei meu celular da bolsa e liguei pra ultima pessoa que eu liguei, não me lembro quem, coloquei no viva-voz e deixei atras das minhas costas. A pessoa atendeu, eu só gritei: SOCORRO, RUA 32! 
 Scott parou de falar e veio pra pegar o celular da minha mão, antes que ele conseguisse, joguei o celular pra longe, nem vi onde caiu e nem nada. 
- FICOU DOIDA? ACHA QUE PODE FAZER TUDO?- ele gritou-
- EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ. - eu gritei/menti em resposta-
- Pois deveria ter. - ele disse em voz baixa e antes que eu pudesse ver, ele me deu um tapa na bochecha, o que fez com que eu gritasse- SUA VADIA, ISSO É PRA VOCÊ APRENDER COM QUEM TA MEXENDO E TOMAR JUÍZO. 
- Seu covarde! Vai pagar muito caro por tudo isso! 
- Ah, pelo amor - ele riu- presta atenção em você! Ninguém te ama, ninguém te acha bonita, ninguém quer saber de você! 
- Ah, cala a boca! Você não sabe de nada!
Ele se calou, com certeza não esperava isso de mim. Claro que esperava eu começar a chorar e abaixar a cabeça, mas não será dessa vez. 
- MELINA?- uma voz familiar me chamou- MELINA???? - Louis! -
- SOCOR- Scott tampou minha boca-
Louis nos viu e veio correndo em nossa direção, foi pra cima de Scott e começou uma briga. Niall apareceu. Pera, Niall? Eu liguei pra quem? Mas enfim, Niall surgiu e entrou no meio da briga. O que eu fazia? Nada. Não conseguia pensar em nada, não conseguia sair dali, estava em choque, a única coisa que eu fazia era chorar, sem perceber, eu estava chorando descontroladamente. Como é dois contra um, não demorou. Niall se levantou e Louis também. Niall começou a gritar e Louis tirou seu casaco e colocou por cima de meus ombros e me abraçou.
- Você que não tente encostar nela de novo, tá me entendendo? - ele gritava com muita raiva- Não chegue perto dela mais! Dá próxima vez vai ser pior. 
 Dizendo isso Niall foi me abraçou pelo outro lado e fomos pro carro. Scott não estava muuuito  ruim não, apenas havia levado alguns socos. Niall estava dirigindo e Louis foi atrás comigo.
- Ele fez alguma coisa com você? - Louis perguntou e eu vi que Niall me observava pelo retrovisor-
- Não... - eu respondi-
- Não? - Niall perguntou-
- Não... - droga, eu nunca conseguiria mentir pra eles- Nada de mais. 
- O QUE? - os dois perguntaram juntos eu respirei fundo e respondi-
- Na hora em que eu liguei pra não sei qual de vocês  ele me deu um tapa no rosto, mas já tá tudo bem - eu respondi olhando pro chão-
- Nossa, eu deveria voltar e terminar de quebrar a cara dele - Louis disse-
- Não gente. Já tá tudo bem. 
Louis me aconchegou em seus braços e eu fechei os olhos, meu coração ainda batia sem parar, meu medo havia passado, mas o susto não. Logo chegamos em casa e Louis e Niall entraram. 
 Eu fui pro banheiro lavar meu rosto e os dois ficaram na sala. Quando voltei, Harry estava lá, pelo jeito acabava de chegar e conversava com os dois. Assim que Harry me viu me abraçou. 
- Desculpa, eu não devia ter saído e te deixado aqui sozinha. -ele disse e eu ri de leve-
- Não tem porque se desculpar não, já tá tudo bem. - eu respondi e ele me soltou-
- Mas pera, que que você tava indo fazer sozinha na rua? - ele perguntou com cara de bravo-
- Uai, eu fui comprar comida. 
- Sozinha? Nessa hora? - agora ele realmente estava bravo-
- Arham. 
- Meu Deus Melina, você é mulher, não pode sair assim, livre, leve e solta a noite não! 
- Droga Harry! Eu já to bem, que saco. 
- Ei, isso é serio! Isso não é de se brincar. - Niall entrou no meio-
- Ah tá, eu ia ficar aqui com fome? - eu perguntei revirando os olhos-
- Não, me ligasse, ou ligasse pro Niall, ou pro Harry, sei lá, pra qualquer pessoa! - Louis entrou no meio também- 
- Tá bom gente, dá próxima vez, eu vou tirar o Harry do encontro dele só pra ir comprar comida pra mim. E vou atrapalhar vocês com o que quer que estejam fazendo. Tá bom assim?
- Tá ótimo. - os três responderam juntos-
- Eu to com fome. - eu disse- Andam, vão lá fazer comida pra mim. 
 Eu me sentei no sofá, Harry e Louis foram pra cozinha depois de rirem de leve e Niall sentou do meu lado.
- Mel, tá tudo bem? - ele perguntou sentando ao meu lado e me examinando-
- Tá sim, pai. - eu respondi rindo-
- Tá certo, fica rindo ai mesmo bobona. Eu que te ajudei viu? - ele disse sorrindo e fazendo cócegas de leve em mim-
- Eu sei, - rindo e ele parou as cócegas- Obrigada, de verdade. - eu respondi sorrindo- Obrigada por cuidar de mim, mesmo eu falando que eu não preciso, eu posso até precisar -pausa- um pouquinho.
- Tem certeza que é so um pouquinho? 
Eu ri e o abracei, ele retribuiu, Niall e seus abraços perfeitos. 














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